domingo, 29 de agosto de 2010

apetite

se olhava no espelho, nua, e se tocava, pois assim sentia mais prazer do que quando fazia com ele.

no fundo, se achava mulher demais para ele.
desejava mais ligação carnal, mais voracidade,
um pouco de sadomasoquismo, se preciso.
qualquer instinto incontrolável era verdadeiro, e por isso seria mais bem vindo.
sentia-se uma princesa trancada no castelo à espera de um vilão másculo para lhe salvar do casamento perfeito com o príncipe sem sal.
acorrentava-se à ilusão de que o sexo era o único meio de sentir-se viva.
sofria com o amor, pois este para ela não passava de um sentimento oblíquio cuja finalidade seria aprisionar as pessoas às suas próprias vontades.
quem ama gosta que o ser amado lhe sirva, e ela, muito pelo contrário, não nascera para servir ninguém.
não acreditava em perfeição, e sim na tragédia que é buscá-la.
dolorosa demais, escura demais
tanto quanto seus pelos que por debaixo do lençol
se assemelhavam ao brilho opaco no olhar do homem que falava de amor da boca pra fora.
em movimentos repetitivos numa cama cafona, sentia-se só, telespectadora de uma relação que a leva ao suicídio diário.
amor por comodidade, eis a receita do fim.
 
 
http://www.fotolog.com/poeiraestelar

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

7 meses


Em frente a uma estação de metrô qualquer....
-Esse batom vermelho, esse salto alto e essa pose de stripper não me intimida.
 -Não preciso te intimidar, Alex. Aliás,  não sei nem o por quê de termos essa conversa.
 -Tem certeza que não sabe? Quer saber o por quê? Porque eu preciso te desarmar. Preciso te dizer o que ninguém nunca teve coragem de dizer antes. Essa sua mania de pisar nas pessoas tem que parar.
Acariciou com dois dedos o rosto maquiado da jovem, que logo se esquivou, e falou com voz suave e olhar gelado:
-Você é linda, não duvide disso, mas não vale nem o chão que pisa. Beleza acaba. Me diga, e o que sobra depois?

Melissa mudou o olhar de inatingível para surpreso. Parecia um golpe repentino. Sentiu vontade de sair logo dali, mas teve medo de ser  chamada de covarde. O coração disparava como um mau sinal. Engoliu a seco o olhar inquisitor de Alex, enquanto virava para os lados como se procurando uma saída rápida, mas o máximo que conseguiu foi tirar um cigarro da bolsa e acendê-lo para esconder o nervosismo.
-Não sei por que está falando isso. Você não demonstrou nenhuma mágoa quando terminamos.
Deu a primeira baforada em seu Marlboro vermelho, e antes de levá-lo novamente à boca, em uma fração de segundos Alex o arrancou das mãos e jogou fora, pisando-o e alterando a voz:
-AH, eu não demonstrei? Tem certeza disso? Não banque a sonsa! Até o papa sabe o que eu passei! A senhorita não viu nada disso porque a  simplesmente desapareceu do planeta. Sumiu do mapa! Pegou suas coisas do apartamento sem deixar rastro! O apartamento novinho que comprei pra gente, recém-reformado!
-Eu tentei te avisar...
-Como? Com aquele bilhete idiota cheirando a perfume de puta? Eu vou te dizer o que você deixou pra mim, Melissa, você deixou de herança a certeza de que não se pode confiar em ninguém! Você me destruiu, acabou comigo, me fez chorar por todos aqueles sete meses. Sete meses!
Deu uma pausa, tentando controlar a emoção que lhe subia à cabeça, e continou:
-Os primeiros dias foram uma tortura, fiquei enclausurado sem saber o que fazer! Nem seus pais, nem suas amigas sabiam de você. Não teve caráter nem pra se despedir de ninguém. Trocou de número, viajou, sabe-se lá que merda você andava fazendo.. e não me importa mais saber agora. Eu só quero que você saiba que durante todos aqueles dias, eu sofri, me culpei e chorei por sua causa. No início só ficava revendo nossas fotos e pensando 'Meu Deus, por que ela fez isso comigo?'. Emagreci vinte quilos em dois meses, sequei, não comia direito, quase morri. Pedi licença do trabalho, quase fui atropelado várias vezes na rua, cheguei a parar no hospital! Pensei em me matar, e ai meus amigos se afastaram de vez, enquanto minha família pensava em me internar... Tudo parecia ser um sonho ruim! Todos sentiam pena de mim, mas isso não era o que eu queria... mesmo abalado, eu só queria que você voltasse com alguma desculpa que eu te aceitaria de volta.  Não sei como pude ser tão otário...Bem que todo mundo avisou antes que você não prestava, mas eu não dei atenção...
-Para com isso, Alex, você está ótimo... -Mesmo tentando se esquivar da situação, Melissa estava envergonhada e sentia em cada palavra dele uma pontada no coração. Ele ignorou seu comentário e continuou com o mesmo tom:
-Eu não dei atenção... Era completamente louco por você, respirava você, pensava em você o tempo todo. Me sentia o cara mais feliz do mundo quando estava dentro do seu corpo...

Deu uma breve olhada para a ex companheira, que usava um belo vestido preto decotado, mas diferentemente da paixão que existia naqueles olhos há pouco mais de um ano, dessa vez ele lançou um olhar de repulsa. Melissa tentava parecer apressada e impaciente, não queria perder a pose, porém no fundo estava arrasada. Acabara de levar um baque.
Não esperava encontrar com Alex justo na primeira semana de retorno a Brasília. Era azar demais pra uma pessoa só! Fora doloroso recordar o que tentava não pensar mais. Não era sua intenção magoá-lo, tinha respeito por ele, apesar de nunca ter sido realmente apaixonada. Gostava apenas da segurança que ele lhe passara, enquanto todos os outros caras a usavam por puro prazer. Alex fora um namorado sério, comprometido, que em pouco tempo a convenceu a morar com ele. Não era o que ela queria, mas morria de medo de continuar sozinha, vivendo tórridas paixões com homens casados e aventuras inconstantes. Era infeliz morando com Alex, que em sua inocência acreditava no amor dela. Em sua visão, era um amor sem sal, sexo sem prazer, rotina chata. Estava desesperada pra voltar à vida de curtição. Foi daí que tudo aconteceu rapidamente, ela cometera um grave erro em não pensar antes de tomar uma atitude precipitada. Mas seus planos não deram certo. O abandonou devido a uma proposta de emprego em Montevidel, como hostess de uma boate, mas ao chegar lá fora vítima de uma cilada, e fora obrigada a se prostituir. Passou meses vendendo o corpo para pagar a dívida com o cafetão, e após aplicar um golpe nele, conseguiu retornar ao Brasil. Ficou um tempo no Rio de Janeiro ganhando a vida com free lance, até se encorajar a voltar à Brasília, aonde não tinha grandes amigos mas pelo menos a vida era mais fácil, possuia contatos. Procurava não pensar em Alex, o único que um dia lhe dera valor. Esbarrou nele sem querer em frente ao metrô há poucos minutos, e ele, sem acreditar que finalmente encontrara a mulher que despedaçou seu coração em fragmentos pesados, a forçou a esperá-lo falar tudo que estava entalado em si mesmo. Apesar da situação constrangedora e da vergonha em encará-lo novamente, não pode deixar de perceber como ele estava mais bonito, com cara de homem, semblante mais sério. Estava muito bem vestido e carregava uma mala de empresário. Certamente havera sido promovido na empresa, pois transparecia confiança e ar de sucesso.
Após o último comentário que mais parecia uma recaída do que uma briga, Alex se aproximou, tanto que a encostou na parede gelada de mármore e sussurrou:
-Não se preocupe, eu não vou te agarrar. Não venho lhe implorar nada. Eu sinto nojo de você, Melissa. Mas quer saber de uma coisa? Reencontrá-la foi muito bom, eu preciso te agradecer. Obrigado por tudo que me fez passar. Como pode ver, eu estou sim, muito bem. Aprendi com essa porrada que sua ausência me deu. Cresci muito. E aprendi que tudo que um homem de verdade não pode fazer, é se envolver com uma mulherzinha como você.
Alex  ajeitou seu casaco de corte perfeito, deu uma piscada de olho ao melhor estilo cafajeste, e saiu rumo à estação, vitorioso, pegando o primeiro trem que passou para a central do Plano Piloto. Melissa passou os próximos sete meses em depressão, nem um pouco trágica comparada àquela que seu ex sofrera, porém, sem nenhum aprendizado a se tirar. Apenas um porre atrás do outro, com sabor de castigo. A vida mais uma vez mostrou que sabe dar voltas. E como dá!

sábado, 7 de agosto de 2010

tudo que começa

Escovou os dentes com certa violência, se olhando no espelho. A cara de poucos amigos não negava, estava brava. Muito brava. Claro que estava atrasada, assim como toda segunda-feira. Vestia um pedaço de pano preto minúsculo que se atrevia a chamar de short, e um soutien vermelho surrado com cheiro de desodorante masculino que agora lhe nauseava de leve.
Desviou da bagunça de roupas caídas ao chão que mais lembrava um labirinto, entrou no box e tomou uma ducha em tempo recorde, enquanto Hugo se vestia apressado e desligava o som que pelo visto tocou Ramones a noite inteira.
- Amor, eu juro que botei o despertador pra tocar. -desculpou-se, sentindo o mau humor da companheira.
Ela permaneceu calada, apenas vestiu o jeans e a regata branca sem sequer olhar pro lado.
- Não tá dando certo isso de você ficar aqui todo dia, Hugo. Todo fim de semana é a mesma merda.
- Que isso gatinha, vai dizer que você pode ficar sem mim? -era uma tentativa de brincadeira para descontrair que definitivamente não deu certo.
- A única coisa que eu não posso perder é o meu emprego. -disse enfática, com um olhar gelado em direção ao namorado. - E o resto é resto, entendeu?
 
Aquela fora a última noite de Hugo no apê de Sú. E terminar com ele dessa forma não doeu nem um pouco. Na verdade não doeu nada, nadinha. Nem lembrou que ele existia durante todo o dia, até chegar ao prédio e vê-lo chorando na calçada à sua espera. O convidou pra subir, tomaram um café, riram um pouco, assistiram "Sexta feira 13", fizeram amor, e depois ela pediu que ele levasse suas roupas e não voltasse mais.
Estavam juntos havia seis meses, e há dois ele passava quase todos os dias dormindo lá, tempo suficiente pra saber que pessoas parecidas demais podem entrar em conflito. Hugo era fisicamente o cara dos sonhos de Sú. Os gostos musicais também eram os mesmos; Além do mais, ele era divertido e inteligente, mas demasiadamente inconsequente, do tipo que muda de emprego o tempo todo e sonha em se casar levando a noiva na garupa da moto pela estrada afora.

Ele era, apesar do visual "marginal", um cara romântico e bonzinho, e realmente apaixonado. Mas óbvio que ela já sabia que eles não tinham futuro algum juntos. Sú, mesmo com suas loucuras a parte, era uma jovem ambiciosa e calculista,
 aspirava por um super futuro, um ótimo emprego, conta bancária gorda, carreira de sucesso, enfim, do tipo que não abre mão de suas ambições por relacionamento nenhum. Não existia mais nada a se tirar de bom daquele namoro, eles já haviam vivido tudo que tinham pra viver, respiraram muito rápido o mesmo ar, não deixaram passar nada em vão. Fora tudo perfeito, até começar a ficar chato. Até cair na comodidade e não haver mais magia alguma em acordar ao lado dele. Após o pedido mais educado que pode dar com jeito de 'Cai fora agora', abriu a porta do apartamento com sensação de alívio.

Indiferente ao olhar perplexo do agora ex namorado, trancou a porta feliz da vida sentindo o gostinho de dever cumprido, ignorando o amor que no começo fora tão intenso e sincero, cheio de paixão e promessas eternas. Sú sabia muito bem o prazo de validade de suas relações. Pura sorte ou crueldade, chamem como quiser. Para ela, era uma questão prática e certa, tanto como 1 + 1 = 2, tudo que começa, um dia acaba. Apenas uma silenciosa lei do universo.

Naquela primeira noite sem Hugo, escutou "Vento no Litoral", de Legião Urbana (sua favorita desde a primeira decepção amorosa), mas não conseguiu chorar. Nem por Hugo nem por ninguém. Desligou o notebook, acendeu um cigarro e deixou o telefone tocar a noite inteira.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Hugo e Sú

Escovou os dentes se olhando no espelho, com certa violência. Muito brava. Claro que estava atrasada, assim como toda segunda-feira. Vestia um pedaço de pano minúsculo que se atrevia a chamar de 'short' e um soutien vermelho surrado, com cheiro de desodorante masculino que agora lhe nauseava de leve.


- Amor, eu juro que botei o despertador pra tocar. -desculpou-se, notando o mau humor da companheira.
Ela permaneceu calada, apenas vestiu o jeans e a regata sem sequer olhar pro lado.
- Não tá dando certo isso de você ficar aqui todo dia, Hugo. Todo fim de semana é a mesma merda.
- Que isso gatinha, vai dizer que você pode ficar sem mim? - era uma tentativa de brincadeira para descontrair que definitivamente não deu certo.
- A única coisa que eu não posso perder é o meu emprego. - disse enfática, com um olhar gelado em direção ao namorado. - E resto é resto, entendeu?

Naquela primeira noite sem Hugo, escutou "Vento no Litoral", de Legião Urbana (sua favorita desde a primeira decepção amorosa), mas não conseguiu chorar. Nem por Hugo nem por ninguém.
Vendo o tempo passar, desligou o notebook, acendeu um cigarro e deixou o telefone tocar a noite toda.
Estavam juntos havia seis meses, e há dois ele passava quase todos os dias dormindo lá, tempo suficiente pra saber que pessoas parecidas demais SEMPRE entram em conflito. Hugo era fisicamente o cara dos sonhos de Sú. E suas bandas favoritas eram as mesmas delas. Também era divertido e inteligente, mas demasiadamente inconsequente, do tipo que muda de emprego o tempo todo e sonha em se casar levando a noiva na garupa da moto pela estrada afora.
Ele era, apesar do visual "marginal", um cara romântico e bonzinho, e realmente apaixonado.
Mas ela já sabia que eles não tinham futuro algum juntos.  E mesmo com suas loucuras a parte, era uma jovem muito ambiciosa e calculista, queria um super futuro pela frente, um ótimo emprego, conta bancária gorda, carreira de sucesso, enfim, era do tipo que não abre mão de suas ambições por relacionamento nenhum. Indiferente ao olhar perplexo do agora ex namorado, cujo começo de namoro foi tão bem marcada por diversão e amor inconsequente, fechou a porta sem sentir remorso. Nem ao menos uma pontinha de dor. Sú conhecia muito bem o prazo de validade de suas relações, e se orgulhava disso. Ao menos era a que NUNCA sofria.
Aquela fora a última noite de Hugo no apê de Sú. E terminar com ele dessa forma não doeu  nada. Ela nem lembrou que ele existia durante todo o dia, até chegar ao prédio e vê-lo chorando à sua espera. O convidou pra subir, tomaram um café, riram um pouco, assistiram "Sexta feira 13" e depois fizeram amor. Após o banho, ela pediu que ele levasse suas roupas e não voltasse mais.
Entrou no box e tomou uma ducha em tempo recorde, enquanto Hugo se vestia apressado e desligava o som que pelo visto tocou Ramones a noite inteira.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Bloddy Mary

BLOOD MARY
O que leva:
sal
pimenta-do-reino
cubos de gelo
1 dose de vodka
1 colher (chá) de suco de limão
4 gotas de tabasco
1 colher (café) de molho inglês
250 ml de suco de tomates
 
Preparo:
Deposite em um copo a vodka, o suco de limão, o molho inglês,  tabasco, sal e a pimenta-do-reino.
Misture e adicione o suco de tomates bem gelado. Mexa novamente e acrescente cubos de gelo. Decore com uma fatia de limão ou morango.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Caipirango ♥

DRINK DE MORANGO
O que leva:
1 litro de vodka
1 caixa pequena de morangos
1 lata de leite condensado
1 pacote de suco em pó de morango
1/2 litro de água
Gelo à gosto

O preparo:
Bata metade dos morangos no liquidificador, levando o suco em pó, o leite condensado e a água. Numa travessa de servir drinks, acrescente a vodka, o gelo e os outros morangos picados. Sirva como ponche, com concha de cozinha. Se preferir uma versão mais 'hardcore', use 2 litros de vodka e apenas 1 copo d'gua.

domingo, 1 de agosto de 2010

Tequila Afrodisíaca

SIERRA GOLD                                                     
1 Garrafa de Sierra Gold
2 laranjas maduras
1\2 litro de suco de morango adoçado
canela em pó
molho de pimenta

Modo de Preparo
Junte numa jarra com gelo o conteúdo da Sierra, o suco de morango e a canela. Exprema a água das laranjas tomando cuidado para não deixar cair caroços na jarra. Tempere com pimenta a gosto. (O recomendado é de cinco a quinze gotas). Sirva em copos decorados com canela e cascas de laranja.



Quem sou eu

Minha foto
Sobe e desce, oscilação de Gêmeos com ascendente em Gêmeos.

Arquivo /aultimadobar